Como um novo presidente conduzirá a
ACE?
A resposta é fácil: ele / ela irá liderar a ACE
exatamente como lidera sua empresa.
É praticamente impossível aplicar um determinado estilo
de gestão na empresa e “colocar um outro chapéu” na entrada da ACE; ou
seja, “comandar” cada entidade com um estilo diferente. Isto porque ele
/ ela tem seu estilo próprio, está acostumado com ele, tem sucesso com
ele.
Portanto, se alguém quiser saber como candidatos ou o
presidente eleito irá liderar a ACE, basta perguntar aos funcionários da
empresa dele. Com perguntas diretas e indiretas, é possível obter
informações sobre seu estilo de gestão: centralizador / monopolizador ou
“delegador” / integrador.
Os extremos, em uma escala, incluem as seguintes
caraterísticas:
Centralizador
/ Monopolizador |
Delegador
/ Integrador |
– Decide sozinho
– Age sozinho
– Mantém as informações para si
– Delega tarefas de execução
– Evita assessoria
– Percebe empregados apenas como
fator de custo que têm de ser mantidos com o mais baixo custo
possível
– Quer funcionários que somente
cumpram tarefas a eles atribuídas
– Executa tarefas do Diretor
Executivo
– Dá ordens diretamente aos demais
funcionários, ignorando o Diretor Executivo
– Gestão por ação, ordens e
controles |
– Modera
o grupo tomando decisões
– Age
em consenso com outros
– Mantém
os outros informados
– Delega
responsabilidades
– Busca
sempre a troca de informações e opiniões
– Percebe
funcionários como capital humano, em que tem de ser investido
– Espera
colaboradores com espírito empreendedor
– Distingue
com clareza as funções do Presidente e do Diretor Executivo
– Dá
ordens apenas ao Diretor Executivo
– Gestão
por objetivos |
Escala: 1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
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Na realidade, os
extremos (1 ou 5) são muito raros. A questão é, muito mais, avaliar em
que grau um candidato a presidente ou o presidente eleito tende para a
esquerda ou para a direita.
A graduação da escala
não significa que à esquerda é ruim e à direita é bom. A questão é
perceber / identificar qual estilo de gestão é mais adequado e eficiente
para cada ambiente organizacional.
Quanto menor a empresa
tanto maior é a probabilidade de encontrar um estilo centralizador /
monopolizador. Sobretudo nas microempresas, o empresário faz tudo, ainda
que com apoio de alguns ajudantes / colaboradores. Quanto maior e mais
complexa a empresa tanto maior é a probabilidade de encontrar um
empresário com mais características de um “delegador” / integrador. Mas,
cuidado: também encontramos, em todos os continentes, empresas com 500
ou mais empregados, totalmente dominadas pelo proprietário.
Qual seria, então, um
bom estilo de liderança na ACE?
Isto depende da ACE.
-
ACE como "Clube Empresarial": o
centralizador / monopolizador pode ser bem eficiente. O Diretor
Executivo
(quando
existe) atua como assistente do presidente, outros funcionários como
ajudantes. A ACE é liderada como uma microempresa.
-
ACE como entidade de lobby e serviços, com
produtos diferentes, uma organização complexa, com pessoal
qualificado e membros participando ativamente:
aqui o centralizador / monopolizador é totalmente inadequado e
destrutivo. É necessário um estilo de liderança com maior delegação
/ integração.
Portanto, associados,
presidente atual, diretores, diretor executivo, consultores e outros
funcionários: avaliem com antecedência os candidatos, a fim de evitar
surpresas desagradáveis depois das eleições. Promovam debates,
eventualmente com participação dos associados, sobre: qual estilo de
gestão é o mais adequado para nossa ACE? Definido isso, pode-se indicar
com mais clareza e profissionalismo, qual candidato melhor se encaixa
neste perfil.
A mudança do estilo da
liderança, quando assume um novo presidente, causa estresse para a ACE,
especialmente quando na escala proposta acima a mudança chega a dois ou
mesmo três pontos:
-
Crescimento na
escala (da esquerda para a direita): o Diretor Executivo e os demais
empregados passam a ter mais "liberdade". Conseqüentemente, eles têm
que "crescer" com relação às suas responsabilidades, a fim de
preencher o novo perfil de atuação. Já vimos casos em que
"administradores de clubes empresariais" não foram capazes de
evoluir para a posição de Diretor Executivo de uma ACE de lobby e
serviços. Conseqüentemente, eles “desapareceram”.
-
Diminuição na
escala (da direita para a esquerda): a autonomia do Diretor
Executivo e dos funcionários é restringida, provocando um sentimento
de frustração. O ambiente funcional se desestabiliza. Em casos mais
extremos, a ACE sofre um verdadeiro retrocesso: associados ativos se
"aposentam" e empregados qualificados saem da ACE.
-
Exemplo real de uma
ACE, que muda seu presidente a cada dois anos
(a justificativa, de acordo com um dos presidentes: "Assim, um
“presidente fraco” não fica tempo demais ...").
Número de
funcionários
da empresa do presidente |
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> 1.000 |
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101 – 1.000 |
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21 – 100 |
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<= 20 |
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Presidente
... |
A |
B |
C |
D |
E |
1 |
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2 |
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3 |
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4 |
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5 |
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Estilo de
liderança do presidente na ACE |
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Observações sobre a situação na
ACE |
J |
J |
J |
J |
Diretor
Executivo demitido
Novo Diretor
Executivo demitido |
A ACE superou a crise referente ao
presidente E. Hoje está melhor do que antes. Mas pagou caro por esta
fase.
Isto gera outra pergunta:
É possível alterar o estilo de liderança
do presidente?
08/04/2009 / MueGlo / Jairo / Amina
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